Sopa de Letrinhas...

Simplesmente poemas e poesias, minhas, simples, mas sinceras... ou nem tanto assim... (os desenhos aqui contidos tb são meus)

sexta-feira, 16 de setembro de 2005

Dialética

"É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção.
É claro que te acho linda
E em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que sou triste..."
Vinícius de Moraes

sábado, 10 de setembro de 2005

Fault Line

Um dia pretendo entender porque o céu e a terra teimam em conspirar contra mim.
Mas enquanto não descubro, prefiro viver o momento, pois quando ele deixar de ser, só restará a escuridão, uma lembrança minha e a lápide em meu túmulo que dirá: "Nada conspira contra nossa vontade, é apenas nosso inconsciente que nos encaminha a atalhos mais prazerosos para que no fim não tenhamos dúvida de que gozamos de tudo a que tínhamos direito".

quarta-feira, 7 de setembro de 2005

(re) produção

Quando não houver mais dia nem noite,
Luz ou escuridão.
Quando cada dia que se passar
For como um ano
Cada vez mais solitário.
Quando seus lábios se tornarem gélidos,
Sua face se tornar cada vez mais clara,
Seu corpo gela.
Quando seu corpo se tornar imóvel.
Quando a sete palmos estiveres.
Quando os vermes forem os únicos seres
Que poderão usufruir de seu corpo,
Ainda sim, serás belo.
Quando as únicas coisas que restarem de você
Forem fotos, recordações,
Não me esquecerei de você.
Nunca, meu amor.
Irei enterrar-me junto a ti.
Morrerei em pensamentos.
Terei assim novamente você comigo?
Ou será que eu terei de ir me encontrar com você.
Quando tudo terminar,
Algo ainda restará.
O amor que sinto por você
Não deixará morrer.
Tendo a ele, tenho tudo.
Mesmo que a terra o leve.
Algo teu ainda terei aqui.
Tua virilidade,
Tua progressão.
Seu futuro.
Uma luz que iluminará meu caminho.
Fruto de nosso amor.
Um pedaço de mim e um de você.
Um amor maior que a morte.
Para sempre nos unir,
Meu amor.

sábado, 3 de setembro de 2005

Anjo da Noite


Talvez eu possa me entregar em suas mãos.
Poder sentir de novo o que é amar.
Talvez você seja aquele anjo
Que o demônio teima em esconder,
Em assombrar.
Talvez você tenha surgido das trevas para me salvar,
Guardar-me, alucinar-me,
Encher-me de vida
E finalmente,
Matar-me.
Você me ajudou a ver, a sentir.
A me aquecer no fogo deste inferno
Denominado amor.
Seja guardião de meus sonhos,
Da minha morte lenta e dolorosa.
Seja cúmplice desta vida doentia,
De amores conseqüentes,
Segura em mãos mentirosas.
De máscaras irreais.
Tire-me deste calabouço,
Deste sanatório doentio.
Desta vida hipócrita.
Deixe-me ser livre,
Leve-me com você.
Vamos voar em suas asas de fogo,
Sustentadas por um coração de gelo.
De olhos de terra, de malícia,
Lábios de mel, de fel.
Uma mistura tentadora de bem e mau.
De vida e morte.
De agonia e esperança.
Meus olhos precisam ver os teus abertos,
Olhando diretamente para mim.
Fazendo-me entender,
Que na vida ou na morte,
Sempre encontrarei você.

sexta-feira, 2 de setembro de 2005

Conter e estar Contido

Imagine-se podendo flutuar.
Longínquo pode ser o lugar em que alguém sente sua falta.

Milhares de faces nos observam todos os dias.
Inúmeras possibilidades são oferecidas.
Onde e quando deveríamos parar?

Preservemos o corpo, a alma e os pensamentos do que somos hoje.
O que serão feitas de nossas lembranças quando partimos?
Centenas de fatos passados sem importância?
O que devemos fazer de nós mesmos? Ao certo?

Multidão. Seria bom, se não lembrasse solidão.
Inconsciente, um mundo de sonhos, de desejos, de atos falhos,
E quando ele se manifesta é que se pode conhecer o verdadeiro “eu”.
Logo, talvez ele devesse ser estimulado, nesse mundo só, onde,
Eu contenho você e você contém a mim.